sábado, 31 de outubro de 2009

Protocolo para Tratamento de Raiva Humana no Brasil


A raiva é uma encefalite viral aguda, transmitida por mamíferos com letalidade de aproximadamente 100%,
considerada um problema de saúde pública, principalmente em países em desenvolvimento.
Em 2004, nos Estados Unidos, foi feito o primeiro relato, na literatura internacional, de cura da raiva em paciente que não recebeu vacina. Nesse caso, foi realizado um tratamento baseado na utilização de antivirais e sedação profunda, denominado de Protocolo de Milwaukee.
Em 2008, no Brasil, na Unidade de Terapia Intensiva do Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital Universitário Oswaldo Cruz da Universidade de Pernambuco, em Recife-PE, um tratamento semelhante ao utilizado na paciente norteamericana foi aplicado em um jovem de 15 anos de idade, mordido por um morcego hematófago, tendo como resultados a eliminação viral (clearance viral) e a recuperação clínica.
A primeira cura de raiva humana no Brasil, bem como o sucesso terapêutico da paciente dos Estados Unidos, abriram novas perspectivas para o tratamento desta doença, considerada até então letal. Diante disso, o Ministério da Saúde reuniu especialistas no assunto e elaborou o primeiro protocolo brasileiro de tratamento para raiva humana baseado no protocolo americano de Milwaukee.
Esse protocolo tem como objetivo orientar a condução clínica de pacientes suspeitos de raiva, na tentativa de reduzir a mortalidade dessa doença. Devido o caso ter sido tratado na cidade de Recife-PE e ter sido a primeira experiência bem sucedida no Brasil, esse protocolo foi denominado Protocolo de Recife.
Esse é um Protocolo de Tratamento da Raiva Humana novissímo lançado na Revista do Sistema Único de Saúde do Brasil Epidemiologia e Serviços de Saúde volume 18 nº 4 out/dez de 2009.
Aqui está o link onde voce pode baixar a revista e ver o Protocolo na íntegra.

http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/visualizar_texto.cfm?idtxt=32328

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A Constituição de 1988 e a Regulamentação do SUS

O texto construído pela Assembléia Nacional constituinte resultou dos acordos possíveis dentro do Congresso Nacional, entre diferentes atores. O texto da Saúde foi defendido por um grupo de parlamentares apoiado pelo movimento da Reforma Sanitária.
A Constituição de 1988 incorporou conceitos, princípios e uma lógica de organização da saúde, expressos nos artigos 196 a 200:
  • O conceito de saúde entendido numa perspectiva de articulação de políticas ecoonômicas e sociais;
  • A saúde como direito social universal, derivado do exercício da cidadania plena e não mais como direitos previdenciários;
  • A característica dos serviços e ações de saúde como relevância pública;
  • Criação de um Sistema Único de Saúde (descentralizado, com comando único em cada esfera de governo, atendimento integral e participação da comunidade);
  • Integração da saúde na seguridade social.

Na área da saúde, a Cosntituição de 1988 representou um avanço considerável, visto que é reconhecida internacionalmente como referência em de termos de políticas de saúde e base jurídico-constitucional.

No período seguinte, 1989-1990, foi elaborada a lei n.8.080 de 19/09/1990, a chamada Lei Orgânica da Saúde, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços de saúde, regulamentando o capítulo da saúde na Constituição. Além disso foram criadas as Constituições Estaduais e as Leis Orgânicas dos Municípios, adaptando-se a legislação em âmbito regional e municipal e repetindo-se o processo de envolvimento da sociedade e pactuação entre as diferentes forças políticas observado na Assembléia Nacional Constituinte.

As Leis Orgânicas Municipais, promulgadas em 1990, incorporaram os princípios constitucional, federal e estadual e trazem para os municípios um novo papel frente ao Sistema Único de Saúde. Apesar desses avanços, os outros interesses corporativos do setor privado, de grupos ameaçados com a extinção de seus orgãos ( como os funcionários do Inamps, Sucam, Sesp, etc.) e as dovergências internas no poder executivo retardaram a regulamentação da sáude.

Vale acrescentar ainda que o presidente Collor efetuou um conjunto de vetos à proposta aprovada pelo Congresso Nacional que prejudicou sobremaneira a implantação do SUS. Esses vetoso concentraram em torno de dois grandes eixos:

  • Os artigos referentes à regulamentação da participação e controle social (Conselhos e Conferências);
  • A regulamentação do financiamento do SUS (transferência direta e automática para Estado e municípios, eliminação de convênios e definição dos critérios de repasse).

Em função dessa conjuntura, e ainda que não tenha conseguido incluir dispositivos de regulação do setor privado, inclusive a atenção médica supletiva e do setor de alta tecnologia, a Lei n.8.080 expressa as conquistas da Constituição de 1988.

Para ampliar o espectro legal, registrou-se uma intensa reação do movimento de saúde, coordenado pela Plenária de Saúde, que forçou um acordo entre as lideranças partidárias no Congresso e no governo, que resultou na Lei n.8.142, de 28/12/1990. Essa Lei resgatou a proposta de regulamentação da participação social ( assegurando os Conselhos e Conferências com caráter deliberativo) e a transferência intergovernamental de recursos financeiros na saúde (Fundo Nacional de Saúde), repasses automáticos e condições para os municípios e Estados pudessem receber recursos federais: fundo de saúde, conselho de saúde, plano de saúde, relatórios de gestão, contrapartida de recursos e planos de cargos e salários.

No início da década de 1990 iniciou-se o processo de implantação do Sistema Único de Saúde e de um novo arcabouço jurídico: A Cosntituição Federal de 1988, as Constituições Estaduais, as Leis Orgânicas Municipais, as Leis n.8.080/90 e a Lein.8.142/90.

Fragmento extraído de: ALMEIDA, E.S.; CHIORO, A.; ZIONI. F. Políticas Públicas e Organização do Sistema de Saúde: antecedentes, reforma sanitária e o SUS.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

História das Políticas Públicas da Saúde


A história do SUS, comentada de forma resumida na postagem anterior, faz parte da história das políticas públicas da Saúde; na verdade foi ápice da história da saúde brasileira, conquência de uma história marcada por eventos políticos e economicos marcantes. A própria história política brasileira nos traz as respostas para as dificuldades e desamparos sofridos pela Saúde. Cada governo através de seus regimes refletiu de alguma forma na assistência prestada a população. Devido a concepão desenvolvimentista de alguns governos, o modelo hospitalocentrico permaneceu durante muito tempo instalado como a forma de cuidado básico. Isso para os cidadãos que tinham direito, pois com a criação do INAMPS só os trabalhadores e suas famílias que contribuiam com a previdência tinham o direito à saúde, o resto da população era considerada indigente e vivia por milagres. O SUS foi a grande vitória da sociedade porque definiu direito à saúde para TODOS, de forma universal e integral. O importante é perceber que durante a história das políticas públicas da Saúde os governos brasileiros tiveram bastante influência sobre as políticas ou sobre a ausência de políticas públicas como também a economia da época. Essa afirmação nos faz pensar sobre hoje, sobre a nossa economia atual e nosso regime de governo, sera que a política e a economia está interferindo nas políticas de Saúde?? Com certeza, sim!!Mas como?? Fica ai a reflexão!!

Para um maior conhecimento sobre a História das Políticas Públicas de Saúde abaixo estam links de sites onde voce pode baixar o Filme "Políticas de Saúde no Brasil", o filme é ótimo, faz uma retrospectiva da evolução histórica brasileira de forma fascinante trazendo grandes reflexões.








Assistam!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Enfermagem e Brasil


No nosso país sofreu um processo histórico político e econômico determinante para configuração de sociedade que o Brasil tem atualmente. Para conseguirmos entender o Estado, hoje, é necessário compreender todos os progressos e regressos que aconteceram durante os séculos passados.Entender o Estado é sinônimo de entender a Saúde, mas o que tem haver Saúde e Estado, economia, política...??? Tudo!! Todos os componentes que determinam a sociedade estão interligados, um é reflexo do outro, e não podem ser vistos separadamente.As principais influências na Saúde provocadas pelas políticas públicas brasileiras começaram no século XIX desencadeando um processo histórico que levou, através da Constituição de 1988, a estruturação da Saúde que existe hoje em dia.Essa conquista, da Saúde na forma do SUS pela CF/88, só aconteceu devido muita luta dos militantes da Saúde que durante todo o século desde de Oswaldo Cruz defendiam políticas públicas eficientes na Saúde. A 8º Conferência Nacional de Saúde foi o marco para a história de lutas por direitos na Saúde, foi a partir dela que as idéias do SUS ganharam força! A conquista do SUS não significa que as lutas acabaram, pelo contrário; agora temos lutas maiores, por causas muito maiores que muitas vezes não correlacionamos com a sáude, como é o caso da Política Neoliberal vigente no mundo atual, no nosso país e que trás grandes reflexos ruins para a Saúde brasileira; pois, como falei, a economia está intimamente ligada a Saúde principalmente quando se fala de financiamento, recursos, gestão.

sábado, 10 de outubro de 2009

10° Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade







O 10° Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade, a ser realizado entre os dias 03 e 06 de dezembro de 2009.
O tema do Congresso será: Medicina de Família e Comunidade: construindo pontes entre pessoas. O objetivo é destacar uma das características da especialidade que é a de promover e trabalhar as relações entre pessoas, famílias, comunidades, profissionais e níveis do sistema de saúde.O Congresso é mais um grande passo para o fortalecimento da Atenção Primária no Brasil. Acontece num momento importante, em que a Medicina de Família e Comunidade é reconhecida como uma especialidade médica fundamental para a consolidação da reforma do sistema de saúde brasileiro através da inserção deste especialista nas equipes que constituem a porta de entrada do sistema.

Se voce se interessar pode buscar mais informações nesse site:


segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Título de Dr e Drª: direito da Enfermagem

Dr e /ou Drª é título conhecido para médico(a), advogado(a); hoje em dia, vemos fisioterapeutas, nutricionistas, bioquímicos entre outros profissionais utilizando o título de Dr e Drª; nada contra estas profissões, mas por que a Enfermagem não usa o título de Dr e Drª se a enfermagem tem o mesmo direito?? Pois é, a Enfermagem ainda não se apropriou do título de Doutor e/ou Doutora que a pertence! Nós estudantes seremos Doutores e os profissionas que já atuam devem se considerar Doutores(as) por direito. Seremos Doutores(as) da nossa ciência, a ENFERMAGEM!! No entanto, acima de tudo este título traz muitas responsabilidades porque Doutor que é Doutor domina sua ciência! Então futuros Doutores, como diz minha ilustre profª Eloíde, DOMINEM A SUA CIÊNCIA!!!
A resolução que regulamenta esse direito esta no site do COFEN:
www.portalcofen.gov.br/2007/materias.asp?ArticleID=7087&sectionID=34

Vamos assumir nosso título e fazer jus a ele!!!

domingo, 4 de outubro de 2009

Especialidades de Enfermagem

Como estudantes de Enfermagem já conhecemos algumas especialidades da nossa área, porém os maiores questionamentos estão relacionados a, o que na prática, representa cada especialidade! Bem aqui estão as especialidades de Enfermagem.

Aeroespacial
Assistência ao Adolescente
Atendimento Pré-Hospitalar
Banco de Leite Humano
Cardiovascular
Central de Material e Esterilização
Centro Cirúrgico
Clínica Cirúrgica
Clínica Médica
Dermatologia
Diagnóstico por Imagem
Doenças Infecciosas
Educação em Enfermagem
Emergência
Endocrinologia
Endoscopia
Estomaterapia
Ética e Bioética
Gerenciamento de Serviços de Saúde
Gerontologia e Geriatria
Ginecologia
Hemo dinâmica
Home-Care
Infecção Hospitalar
Informática
Nefrologia
Neonatologia
Nutrição Parenteral
Obstetrícia
Oftalmologia
Oncologia
Otorrinolaringologia
Pediatria
Perícia e Auditoria
Psiquiatria e Saúde Mental
Saúde Coletiva
Saúde da Família
Sexologia Humana
Trabalho
Traumato-Ortopedia
Terapia Intensiva
Terapias Naturais/Tradicionais e Complementares/Não Convencionais


E aqui as descrições de algumas áreas que podemos seguir:

sábado, 3 de outubro de 2009

Conquista da Enfermagem na Cãmara dos Deputados




No ultimo dia 16 foi aprovado O Projeto de Lei 2295/00 pela Comissão de Finanças e Tributação da Cãmara do Deputados que prevê a diminuição de 10 horas na jornada de trabalho dos enfermeiros passando de 40 horas para 30 semanais.
Agora a matéria segue para aprovação da Comissão de Cosntituição e Justiça e de Cidadania, e se aprovada para a apreciação do plenário. Apesar da conquista ter sido apenas um dos passos para chegar a realização da diminuição da jornada de trabalho dos profissionais de Enfermagem, esta já é uma conquista grandiosa, pois é uma luta de muitos anos dos enfermeiros!
Ainda faltam etapas para serem ultrapassadas, mas acredito na força da Enfermagem e na concretização dessa luta antiga!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

"A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de qualquer pintor ou escultor; pois o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das artes!" Florence Nightingale